terça-feira, 30 de março de 2010

Educar Cidadãos

Educação: cidadania do povo

No Brasil, parte dos fatores que geram a pobreza de grande parte da população é oriundo da extrema desigualdade legitimada pelo modelo produtivo vigente, redundando, dessa forma na baixa escolaridade das camadas menos favorecidas.

Diante dessa constatação, um processo educacional de qualidade deve ser convertido em prioridade absoluta da nação. Esta exigência deve pautar, necessariamente, uma ação política em amplo sentido, mesmo entendendo que a educação não conseguirá resolver sozinha os problemas sociais do país, mas sem ela não há desenvolvimento. (Paulo Freire, 1987).

Porém, é cada vez mais evidente que a preparação de cidadãos para atuar de forma crítica é a maneira capaz de dotar a juventude de autonomia intelectual, social e política, formando pessoas livres e participativas. O teor intrínseco da educação não pode apenas ser o de transmitir conhecimento e, sim, ensinar a viver com consciência cidadã, na perspectiva de transformar sua realidade caótica, fundada historicamente, por um modelo que privilegia a “coisa econômica”, em detrimento do senso de humanidade. Essa tarefa compete à educação.

sábado, 20 de março de 2010

Preconceito?!!


Preconceito? Polemico!? O que vem a ser de fato esse termo? O seu uso para rotular e fortalecer certas contravenções não vem servir a interesses escusos?

Neste momento de construção da Carta de Direitos Humanos, quando se comemorou 50 anos do estabelecimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos não há como evitar certas reflexões.

Não gosto muito de abordar certas questões polêmicas a não ser em espaços de discussão que trarão algum proveito e com pessoas que apreciem o processo democrático tanto quanto eu. Pois alguns há que querem que a democracia funcione a seu favor, mas querem tolher o direito de expressão de quem não lhe agrada ou tem uma fala contrária a sua posição.

Discordar é um direito, lembremos, pois que a ética é um dos componentes do tripé do pensamento. Além disso ao olharmos o berço da democracia nos lembraremos que o consenso, da forma como vem sendo tratado hoje, emburrece e torna impunes os que se põem a tratar o público como ‘o quintal de sua casa’, diminuindo a fiscalização daqueles que por terem sido minoria em determinado momento deveriam se colocar com a função de cobrar que a proposta majoritária fosse executada. O que não ocorre, é óbvio!

Mas, digo assim dessa forma, porque a discussão sobre preconceito hoje tem tomado rumos um tanto perigosos quando se propõe a impedir que as pessoas possam manifestar sua opinião, expressando-a livremente ainda que criem borboletas no estômago de quem diverge ou não está plenamente de acordo. Um discurso precisa sempre ‘mexer’ com quem ouve, precisa causar uma reação. Senão não há sentido. Vejo então, que isso tem sido sintomático de uma sociedade que se perde na falta de espaços de discussão, na construção e consolidação do acesso ao conhecimento de fato, e que ignorantemente tem ignorado sua ignorância (uau, de onde tirei isso? Rs) e dessa forma privando-se do direito de opinar e remetendo-o a um representante qualquer assume o discurso que lhe impõem ou lhe asseguram como sendo o melhor, mais justo e igualitário.

Hipocrisia! Manipulação! Midiatização dos conceitos, distorção pura de quem imbuído de um discurso humanista, democrático, progressista até, deseja no fim das contas lucrar com o cerceamento de opiniões, tirando da sociedade o direito de discutir, de discordar, apenas com o engano de que é por uma luta e uma causa maior ou então, estamos ouvindo os oprimidos e fazendo jus à sua luta. Lutamos sim, mas não queremos um acordo em troca do silêncio, não queremos um conceito ao invés de leis justas que assegurem a liberdade de escolha e de opinião.

Quero terminar deixando uma dica: Livre arbítrio, livre escolha. Anjos e demônios respeitam essa lei, seriam os homens mais poderosos? Estão tentando!

terça-feira, 16 de março de 2010

PENSAR NÃO FAZ MAL

BIG BROTHER BRASIL,
UM PROGRAMA IMBECIL

O educador Antônio Barreto, um dos maiores cordelistas da Bahia, acaba de voltar ao Brasil com os versos mais afiados que nunca depois da polêmica causada com o cordel "Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso".


Desta vez o tema é o anacrônico programa BBB-10 da TV Globo. Nesse novo cordel intitulado "Big Brother Brasil, um programa imbecil" ele não deixa pedra sobre pedra. São 25 demolidoras septilhas (estrofes de 7 versos), acompanhe:


Por Antonio Barreto*

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM

Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara, na Bahia.